A sua viagem ao espaço será repleta de contrastes e sensações inimagináveis.

Desde o Espaçoporto (aeroporto espacial) até aos 50.000 pés de altitude, a sua viagem será feita numa nave espacial conectada à nave mãe (um avião de carga a jacto especialmente concebido para este efeito). Estes serão momentos de antecipação e de contemplação sobre o que o espera.

Durante este tempo, terá a oportunidade de conhecer o resto da tripulação e sentir-se cada vez mais confiante ao ver os  resultados da preparação feita com a equipa e com os pilotos, especialmente treinados para a viagem que terão em conjunto.
A contagem decrescente para o lançamento é seguida de um breve momento de silêncio. Uma onda de potência inimaginável mas controlada irá então ressoar por toda a nave. Irá sentir-se instantaneamente impelido contra o seu assento, enfeitiçado pelo rugir do motor do foguetão e pela aceleração inexplicável que, em segundos, o farão viajar a quase 4.200 km/h, mais de três vezes a velocidade do som.

À medida que se dirige para o limiar da atmosfera, as grandes janelas mostrarão o céu azul-cobalto a transformar-se em cor de malva, azul-escuro e por fim em negro. A sensação é fantástica; isto está mesmo a acontecer, está a adorar e a sair-se bem. Começará lentamente a relaxar; mas num instante os seus sentidos recuperam e verifica que o mundo contido dentro da nave espacial transformou-se completamente.

O motor do foguetão foi entretanto desligado e está tudo silencioso. Mas não é apenas silencioso, é SILENCIOSO!. O silêncio do espaço suscita uma sensação somente comparável à sentida, momentos antes, com o ruído do foguetão. No entanto, o que confunde os seus sentidos é o facto de a gravidade que dominou todos os seus movimentos, desde o dia em que nasceu, já não existir. Não há “norte” nem “sul” e, em momentos, estará fora do seu assento a experimentar a liberdade que nem em sonhos imaginou. Após um gracioso salto mortal no espaço verá, através de uma grande janela, aquilo que o arrepiará se a gravidade zero ainda não tiver produzido esse efeito. Abaixo de si (ou será acima de si?) há uma vista que já viu em incontáveis imagens mas a realidade é muito mais bela, muito mais vívida e produz emoções fortes mas difíceis de definir. O mapa azul que se entranha na escuridão, é familiar mas não apresenta as fronteiras habituais. A incrivelmente estreita camada de atmosfera parece ser preocupantemente frágil. Aquilo que está a ver é a origem de tudo o que significa ser humano, o nosso lar. Verá os seus colegas de viagem igualmente enfeitiçados, perdidos nos seus pensamentos, armazenando tudo nas suas memórias.

Os pilotos irão então pedir que retornem aos assentos, agora inclinados. Como esperado, a gravidade está lentamente a restabelecer-se. A desaceleração provoca grandes forças G mas estará deitado e irá lidar com estas tal como foi treinado. Poderá ouvir a dobragem das asas da nave espacial a produzir considerável atrito à medida que a densidade da atmosfera aumenta, isto apesar de à janela ainda parecer que se está no espaço. As forças G rapidamente diminuem e o piloto anuncia que as asas irão ser dobradas novamente para permitir o gracioso voo de retorno até à terra.

Mais tarde nessa noite, após as celebrações e a cerimónia de voo, ficará finalmente a sós e saberá que a vida nunca mais voltará a ser a mesma.