A SpaceShipOne foi concebida pela Scaled Composites, a empresa de aviação de Burt Rutan, no seu programa Tier One, sem recurso a financiamento do governo. Em 21 de Junho de 2004, a empresa conseguiu realizar o primeiro voo espacial com financiamento privado e em 4 de Outubro venceu o prémio Ansari X, no valor de 10 milhões de dólares, por ter atingido 100 quilómetros de altitude, duas vezes no mesmo período de duas semanas, com o equivalente a três pessoas a bordo e substituição, entre voos, de não mais do que 10% do peso em materiais não combustíveis incluídos na nave. Prevêem-se custos de desenvolvimento de cerca de 25 milhões de dólares, totalmente financiados por Paul Allen.

A configuração única tem algumas características semelhantes às dos aviões. Tal é o caso da propulsão, do voo planado e da aterragem. Para a reentrada na atmosfera, a nave converte-se, através das suas asas activadas por via pneumática, numa forma estável de atrito elevado. Esta configuração “despreocupada” permite uma reentrada sem que haja o envolvimento directo dos pilotos reduzindo em muito as cargas térmicas e aerodinâmicas. Desenhado para um ambiente com temperaturas moderadas, o diâmetro de 60 polegadas da cabina tem um ECS e janelas de vidro duplo concebidas para funcionamento no espaço. A nave utiliza três sistemas de controlo de voo: manual-subsónico, eléctrico-supersónico e gás frio RCS. Um novo sistema de propulsão híbrida, à base de combustível de óxido de azoto líquido e borracha não tóxico, foi desenvolvido especificamente para a SpaceShipOne. O seu desenho único simplifica a montagem e reduz a hipótese de fugas. A nave mãe WhiteKnight permite um lançamento em voo a elevada altitude da SpaceShipOne. A cabina de voo, os sistemas de aviação, ECS, sistemas pneumáticos, servo compensadores, sistemas de dados e componentes do sistema eléctrico são idênticos aos instalados na SpaceShipOne.